Tecnologia e gestão de pessoas no agronegócio pós-pandemia
Em entrevista recente ao Globo Rural, o economista José Roberto Mendonça de Barros, que foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (1995-1998) e é especialista em agronegócios, apontou que o setor deve ter mais ganhos do que perdas com a pandemia da COVID-19.
Neste contexto, o agronegócio, que representou 21% do PIB brasileiro no ano passado e registrou um crescimento de 3,8% nessa participação, terá uma importância cada vez maior para a economia brasileira, contribuindo para a geração de renda, impostos, e principalmente, empregos.
É claro que um setor amplo e complexo como esse sempre reunirá diferentes realidades. No entanto, é possível acreditar que os impactos negativos nos mercados de flores e sucroalcooleiro, dois dos que mais estão sofrendo até agora, serão compensados pelo crescimento dos mercados de grãos, proteína e de alimentos, que vêm crescendo de forma geral.
Diante deste cenário desafiador, podemos esperar que o processo de transformação digital que já vinha ocorrendo no agronegócio seja acelerado. Prova disso é que as operações que já investiam em tecnologia e digitalização de seus processos conseguiram responder melhor às intempéries da pandemia e, muito provavelmente, sairão fortalecidas desse período turbulento.
Da mesma forma, a necessidade de capital humano nestas organizações também se modifica, valorizando cada vez mais a mão de obra qualificada, com conhecimento do agro, mas também especializada em ciência, tecnologia e inovação aplicada ao setor. Ao contrário do que se imagina, portanto, as pessoas terão um papel cada vez mais importante para conduzir esse processo de digitalização.
Investir em talentos e gestão de pessoas é, sem dúvida, uma ação estratégica e prioritária para as empresas que desejam não apenas sobreviver à crise, mas também saírem mais fortes dela, contribuindo para tempos melhores no nosso país.
Por Luiz Eduardo Drouet, Managing Partner na Share RH.