O que Game of Thrones pode nos ensinar sobre perfis de liderança?

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O que Game of Thrones pode nos ensinar sobre perfis de liderança?

[Se você ainda não assistiu a série ou falta alguma temporada, esse texto NÃO CONTÉM SPOILERS]

Mais do que uma narrativa super envolvente, com personagens singulares e marcantes, a trama de Game of Thrones traz consigo diversos ensinamentos de liderança. Quem pensa que a ficção não pode ser aproveitada pela vida real, comete um equívoco, principalmente neste caso.

Criada pelos produtores David Benioff e D.B. Weiss, Game of Thrones representa diversos perfis de liderança ao longo do desenvolvimento de sua trama. Baseada na coletânea de livros de mesmo nome, cujo pautam-se na luta de diversas famílias/clãs pelo requisitado Trono de Ferro dos Sete Reinos, o roteiro da série se desenvolve cheio de conflitos e alianças entre os personagens, que lutam por independência ou pela reivindicação do trono.

Com o sucesso da série, que chega este ano à sua temporada final, fizemos um rápido estudo a fim de analisarmos possíveis ensinamentos sobre o tema da liderança trazidos pela trama. Dessa maneira, te convidamos a seguir em nosso guia abaixo para saber mais. E assim, poderá utilizar a ficção como um roteiro para ajudar a identificar e construir líderes eficientes e marcantes. Confira!

 

Ensinamentos de Game of Thrones sobre perfis de liderança

Os perfis de liderança da série apresentam características únicas e bastante notáveis, e isso percebemos em qualquer lugar. Dessa maneira, precisamos sempre apostar nos ensinamentos mais profundos que cada personalidade de Game of Thrones pode trazer para nós.

A partir disso poderemos ter uma visão mais aprofundada acerca daquilo que está em andamento em nossas empresas, bem como aquilo que necessita ser trabalhado para dispor de resultados mais eficientes.

 

1- A importância do trabalho em equipe

Não é de hoje que ouvimos diversos influenciadores e profissionais de gestão de pessoas mencionarem a importância de se criar uma equipe unida e disposta a se ajudar.

Sem o trabalho em equipe não chegamos a lugar algum. E quando chegamos, muitas vezes levamos muito mais tempo do que normalmente levaríamos se tivéssemos o apoio necessário de todas as partes envolvidas.

Com relação à série, fica-nos claro o quanto os líderes não são nada quando não há o apoio ideal de um time bem preparado e consistente. Um claro exemplo desta situação se dá nas mais diversas reviravoltas de personagens que lutam pelo Trono de Ferro, mas perdem suas forças à partir do momento em que seus exércitos e liderados perdem a confiança em suas lideranças. Um momento mais notável ainda, e crucial para a trama, é encontrado na liderança inspiradora que Jon Snow (um dos protagonistas) aplica para conquistar a confiança dos guardas da Patrulha da Noite, mas tudo isso também vai por água abaixo quando sua liderança é contestada

Dessa maneira, podemos compreender o quanto cada peça da equipe é fundamental para que todo o time avance rumo aos seus objetivos. Sendo que este tipo de trabalho depende muito de um bom líder que seja capaz de criar em seus seguidores sentimentos de união, irmandade e de construção mútua.

 

2- Compreender as individualidades para impulsionar cada integrante do grupo

Além de compreender que o trabalho em equipe é essencial para o crescimento de qualquer empresa, é imprescindível que os líderes saibam entender as necessidades singulares de cada indivíduo.

Afinal de contas, ninguém é igual a ninguém, e todos apresentam pontos fortes e pontos fracos. Saber trabalhar com estas características é tão importante quanto uni-las em um grupo.

Dessa forma, a liderança precisa dar voz a sua equipe para que a mesma lhe demonstre o que tem mais facilidade de cumprir. E assim, cada qual fica responsável por impulsionar o time, a partir de suas habilidades e qualidades.

Em Game of Thrones, podemos perceber dois perfis de liderança que se encaixam exatamente neste quesito: Daenerys e Jon Snow. Ambos são referência quando o assunto é levar em consideração todos os anseios e interesses individuais dos seus seguidores (podemos relacionar com nossos colaboradores). E assim, utilizam de meios assertivos que promovem a motivação do grupo.

Portanto, um bom gestor deve sempre criar caminhos, estratégias e metas que se relacionem com as qualidades e preferências individuais de cada integrante do grupo. Desse modo, será possível ter uma visão mais concisa de como investir em cada colaborador, a fim de apostar nesta diversidade como uma ferramenta para o desenvolvimento empresarial.

 

3- A prática da empatia

Ao considerarmos a individualidade de cada colaborador, podemos também perceber a importância da prática da empatia. Afinal, um bom gestor sempre precisa praticar o “saber se colocar no lugar do outro”, a fim de estruturar a sua equipe dentro das limitações e habilidades de cada um.

Quando um líder demonstra este tipo de afetividade por seus “seguidores”, automaticamente há a transmissão de consideração, esperança, confiança e estabilidade. Pois todo o time saberá que pode contar com o gestor, e o mesmo sempre auxiliará no crescimento pessoal e profissional.

Ao ter acesso a essa confiança, todos do grupo passam a se desenvolver com mais facilidade e “garra”, pois sabem que terão o auxílio necessário caso se deparem com dificuldades e anseios ao longo do desenvolvimento em suas carreiras.

Ao relacionarmos com os perfis de liderança de Game of Thrones, podemos novamente destacar os personagens Daenerys e Jon. Ambos apresentam atitudes empáticas que visam à melhoria do grupo, criando estratégias e soluções que consideram os anseios e as limitações de cada indivíduo.

No caso de Daenerys, a personagem participou de rituais para se integrar à cultura de seus liderados, aboliu a escravidão, dentre outras situações, derrubando paradigmas profundos e demonstrando o quanto a preocupação e a compreensão para com o outro são essenciais para o desenvolvimento de uma equipe.

Enquanto isso, Jon apresenta como objetivo ajudar a região Norte a sobreviver a todos os impasses que podem surgir: como guerras, o inverno e conflitos que estão imergidos em seu povo.

A empatia aparece como um norte que visa promover o bem estar de todos, sempre direcionando a equipe para o melhor caminho possível.

Perfis de liderança precisam praticar este valor para que possam desenvolver pessoas capazes de lidar com suas adversidades da melhor maneira possível.

 

4- A importância da motivação e da resiliência

Uma coisa é certa: a motivação e a resiliência são pontos essenciais para o desenvolvimento de qualquer pessoa, em qualquer circunstância. Pois quando não temos motivação, dificilmente sairemos do “lugar”, correto? Além disso, se não praticamos a resiliência, qualquer adversidade da vida será capaz de nos derrubar.

Desse modo, qualquer equipe precisa de um líder que a motive e que a auxilie no desenvolvimento de sua resiliência, e isso é bastante notável em Game of Thrones.

Na trama, Jon Snow se mostra como uma ótima referência para quem quer compreender como motivar a sua equipe de uma maneira assertiva. Ele demonstra força de vontade, sinceridade e lealdade para com o seu time.

Ao longo do tempo, Jon ingressou na Patrulha da Noite, como soldado, e no decorrer da série tornou-se o Lorde Comandante. Isso porque os seus próprios companheiros o elegeram a este poderoso lugar, a partir da sua postura perante aos outros.

Como um ótimo líder, Jon se demonstrou pronto para comandar, motivar e demonstrar exemplos práticos de resiliência.

A partir destes traços bem expressivos ele pôde guiar os demais para que se desenvolvessem, superassem os desafios e encontrassem a motivação perfeita para seguir em frente. E, com isso, pode apontar caminhos interessantes e que realmente fizessem a diferença na vida de seus liderados.

 

5- É preciso trabalhar a inteligência emocional

A inteligência emocional é outro fator que impacta diretamente no desenvolvimento de qualquer equipe e qualquer empresa como um todo. Afinal de contas, o desequilíbrio das emoções pode desencadear episódios específicos que “atrapalhem” a tomada de decisão em diversos aspectos.

Contudo, podemos perceber características na série que representam a necessidade de se desenvolver esta dificuldade que muita gente tem. Pois embora os perfis de liderança possam nos exemplificar quais pontos fortes nós devemos enaltecer, na série também nos deparamos com impasses que devem ser evitados.

Para ilustrarmos o caso, podemos pensar na personagem Daenerys, que demonstra um perfil determinado, com uma capacidade incrível de adaptar o seu comportamento de acordo com as suas necessidades.

Além disso, tem a facilidade para escolher os melhores aliados para si, de forma estratégica recebendo a admiração e o respeito de todos os seus seguidores.

Em contrapartida, a sua inteligência e o seu controle emocional podem ser bastante comprometidos. A sua capacidade de lidar com o seu temperamento é um pouco difícil, o que a prejudica em suas tomadas de decisão.

Vários momentos da série apresentam essa face de descontrole da personagem, atrapalhando muito o processo de liderança.

Saber como lidar com as adversidades, enxergando o ocorrido com clareza e coesão, é imprescindível para apontar os melhores caminhos para a sua equipe. Sem esse direcionamento pautado no racional, as emoções podem atrapalhar as escolhas, guiando para caminhos pouco interessantes.

Portanto, é fundamental que a emoção seja sempre posta em pauta e seja trabalhada. Mas, mais do que isso, o líder precisa mostrar para a sua equipe este equilíbrio, ensinando-a, pouco a pouco, como atingir este controle.

 

6- Disciplina, foco e ação correta

E por falar em atingir o controle, a determinação somada com o foco e a disciplina, é essencial para que a ação correta ocorra. Sem estes pré-requisitos, torna-se inviável partir para uma atitude que seja condizente com as necessidades da empresa.

Quanto à série, podemos ilustrar estes atributos a partir da personagem Arya.

A mesma apresenta coragem, disciplina e se demonstra como uma pessoa muito focada em seus ideais e objetivos. E isso é bastante expressivo quando a mesma encontra-se com um grande desgaste emocional e físico (que durou algumas temporadas), proveniente de sua jornada à cidade de Braavos. A jovem demonstra um nível de resiliência, foco e de execução que todos os grandes líderes precisam apresentar, pois é essencial que saibamos quais caminhos podemos seguir e quais são as atitudes adequadas em cada um deles. Apenas a partir disso é que poderemos traçar estratégias e trajetos que impulsionem a nossa equipe rumo ao desenvolvimento esperado para o time como um todo.

 

7- Demonstrar autoconfiança é essencial

Um dos maiores erros que um líder pode cometer diante de sua equipe é a falta de demonstração de autoconfiança. Se você mesmo não se coloca no lugar de que “sabe qual é o rumo da coisa”, como os seus liderados poderão confiar e seguir os seus passos?

Esta é, portanto, mais uma das lições da série sobre o que não devemos fazer no processo de preparação e desenvolvimento de uma equipe saudável.

O personagem Tyrion apresenta esta característica de um modo expressivo, já que o mesmo possui dificuldades para se enxergar como digno e suficiente para cumprir com os seus deveres (algo que ele desenvolve durante as temporadas).

E é esta falta de autoconfiança que impacta diretamente no crescimento do personagem, já que o mesmo sempre se sente incapaz de concluir certas tarefas e deveres. E assim, a sua atuação passa a ser um pouco mais truncada.

Desse modo, os perfis de liderança precisam apresentar esta autoconfiança, uma vez que eles são o “espelho” do time. E são eles que necessariamente ensinarão a equipe a confiar naquilo que fazem.

 

O que podemos aprender com os perfis de liderança de Game of Thrones?

Portanto, é notável que nós podemos absorver diversos conceitos e características dos perfis de liderança da série. E isso pode ser visto tanto em atitudes positivas (que devemos incluir em nosso dia a dia), quanto em atitudes “negativas” (que podemos utilizar como um norte do que não devemos fazer).

Porém, embora a série apresente diversas lições interessantes, devemos ter em mente que cada líder apresentará os seus próprios pontos fortes e fracos. Resta saber, portanto, quais destes atributos precisam ser melhorados e quais devem ser enaltecidos, enquanto que os ensinamentos da série devem servir apenas como uma base para estudarmos nosso próprio perfil de liderança.

Isto é, não devemos apostar em um “passo a passo” de liderança ideal, mas sim, podemos utilizar a ficção como objeto de estudo para compreendermos quais caminhos podem ser mais assertivos no processo de liderança de uma equipe. Sempre, sempre e sempre, considerando a singularidade de cada líder em questão.

 

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